Olhos de cores diferentes? Entenda a heterocromia
A heterocromia ocular é uma anomalia genética, de origem hereditária, associada ou não a uma síndrome crônica ou mesmo gerada por doenças adquiridas. Caracterizada pela alteração da cor dos olhos, faz com que a pigmentação de um seja distinta da do outro. Comum em animais como cães e gatos, porém rara em humanos, comete aproximadamente apenas seis indivíduos a cada mil pessoas.
O distúrbio é originado devido a falta ou o excesso de melanina, o pigmento responsável pela coloração da pele, olhos e cabelos. Na íris, são três os pigmentos predominantes que acabam por determinar a cor final do olho, sendo o azul, o castanho e o amarelo, e estes dão origem às combinações mais comuns dentre os portadores de heterocromia: azul e castanho, verde e castanho e verde e azul.
As cores da íris se desenvolvem durante os primeiros meses após o nascimento, e são determinadas de acordo com a quantidade de melanina. Quando a coloração é escura, há muita melanina, e, quando é clara, há pouca. Segundo estudos, a heterocromia ocorre devido a uma mutação no gene EYCL3, presente no cromossomo quinze, a sequência de DNA responsável pela quantidade de melanina nos olhos, e isso ocorre devido a distribuição não uniforme das cores nos olhos.
A anomalia pode se manifestar de três formas, no caso, setorial, central e completa, e, em casos raros, o indivíduo pode ser portador de dois ou mais tipos misturados. A heterocromia setorial ocorre quando a íris apresenta duas cores diferentes, com uma dominante e o toque de uma segunda cor, enquanto a central, também conhecida como “olho de gato”, apresenta a íris com dois ou mais círculos de cor ao redor externo da pupila. Já a heterocromia completa é o tipo mais raro da doença, e é caracterizada por olhos de cores completamente diferentes.