14 dúvidas sobre o transplante de córneas
1) O que é a córnea?
A córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho (de forma grosseira, podemos compará-la ao vidro de um relógio ou a uma lente de contato). Se a córnea se opacifica (embaça) por enfermidades hereditárias, lesões, infecções, queimaduras por substâncias químicas, enfermidades congênitas ou outras causas, a pessoa pode ter a visão bastante reduzida ou, às vezes, até perder a visão.
2) O que é o transplante de córnea?
Os transplantes permitem que pessoas com alguma deficiência visual por problemas de córnea recuperem a visão.
Durante um transplante de córnea, o botão (ou disco) central da córnea opacificada (embaçada) é trocado por um botão central de uma córnea saudável. Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual por problemas de córnea.
3) O olho, como um todo, pode ser transplantado?
Não. Somente alguns tecidos oculares, como a córnea e a esclera, e células-tronco da córnea, podem ser utilizados com fins terapêuticos.
4) O que são os Bancos de Olhos?
Os Bancos de Olhos são instituições responsáveis pela retirada, transporte, avaliação, classificação, preservação, armazenamento e disponibilização dos tecidos oculares doados (ou seja, responsáveis por todas as etapas de processamento dos tecidos oculares doados).
5) Por que os procedimentos de processamento dos tecidos oculares doados, desde a retirada, precisam e devem ser executados pela equipe do Banco de Olhos?
Porque esta é a única maneira de garantir que os procedimentos de processamento dos tecidos oculares doados serão feitos de maneira ética, com segurança, por profissionais capacitados, de acordo com as “Normas Médicas Internacionais” para este tipo de atividade e com a legislação em vigor.
Somente os Bancos de Olhos estão preparados para realizar o necessário controle de qualidade dos tecidos oculares doados que serão distribuídos para transplante.
6) Qualquer pessoa pode ser doadora de tecidos oculares?
Sim. Independente da idade e do uso de correção visual (óculos ou lentes de contato), ou de alguma possível doença, qualquer pessoa pode ser doadora de tecidos oculares. Os distúrbios de refração (como miopia, hipermetropia, astigmatismo…) e outros distúrbios visuais (como catarata, glaucoma…) não impedem a doação.
7) A retirada dos tecidos oculares provoca alguma deformidade no doador?
Não. Os tecidos oculares são retirados de acordo com técnica cirúrgica que não deixa vestígios. A doação não modifica a aparência do doador.
8) Pode ocorrer alguma complicação durante a retirada dos tecidos oculares doados?
A conversa com a equipe do Banco de Olhos antes da autorização de uma doação é fundamental. É muito raro acontecer alguma complicação durante a retirada dos tecidos oculares doados. No entanto, certos medicamentos que possam ter sido ministrados ao doador, podem provocar algum sangramento (que, às vezes, pode deixar algum sinal). A equipe do Banco de Olhos estará preparada para orientar os familiares sobre esta possibilidade.
9) Até quanto tempo após o óbito os tecidos oculares podem ser retirados?
O ideal é que os tecidos oculares doados sejam retirados até 06 (seis) horas após o falecimento. Por isso, o Banco de Olhos deve ser avisado rapidamente. Mas, vários fatores podem contribuir para que este prazo possa ser maior (em alguns casos, pode ser de até 24 horas).
10) Se alguém quiser, em vida, doar uma córnea para um familiar inscrito na lista de espera para transplante de córnea, poderá?
Não. No caso da doação de córnea, este tipo de procedimento não é realizado e não é permitido por lei.
11) Como são utilizados os tecidos oculares doados?
Os tecidos oculares doados são utilizados para fins terapêuticos (de recuperação dos pacientes inscritos em lista de espera). A córnea, a esclera (parte branca do olho) e as células-tronco da córnea podem ser utilizadas com finalidade terapêutica. Cada doador pode beneficiar vários pacientes, se, além das córneas, a esclera e as células-tronco forem utilizadas (o que é rotina nos Bancos de Olhos).
Os tecidos que, por algum motivo, não puderem ser utilizados em cirurgias, serão utilizados em pesquisas (aprovadas por Comissão de Ética) ou ensino.
Os tecidos oculares doados jamais são desprezados. Todos têm uma finalidade.
12) Quantas pessoas aguardam por um transplante de córnea no Brasil?
Aproximadamente, 25 mil pessoas.
13) Após o óbito, existe algum cuidado que deva ser tomado para que as córneas não sejam danificadas?
Sim. Manter as pálpebras bem fechadas e, se possível, colocar gelo sobre os olhos (tomando cuidado para que as pálpebras estejam, sempre, bem fechadas e para que o gelo não provoque um peso excessivo sobre os olhos).
14) É seguro para o paciente receber um tecido ocular doado? Existe a possibilidade de transmissão de alguma doença?
Os Bancos de Olhos tomam todos os cuidados para garantir a qualidade dos tecidos oculares doados, visando, principalmente, à segurança dos pacientes que irão receber os tecidos.
Não há riscos de transmissão de doenças, pois os Bancos de Olhos cumprem “Normas Médicas Internacionais” e, no Brasil, “Normas Técnicas para o Funcionamento dos Bancos de Olhos” – da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, Ministério da Saúde -, que garantem o correto controle de qualidade com relação aos tecidos oculares doados.
Por isso, é fundamental que todas as etapas do processamento dos tecidos oculares doados, desde a retirada, sejam executadas pela equipe do Banco de Olhos.
Fonte:
Site da Associação Pan-Americana de Banco de Olhos www.apabo.com.br